Caixotes, caixinhas, caixa de pandora, baús de tesouros. Caixas são objetos carregados de simbolismo. Nelas guardamos aquilo que possui significado. Armazenamos nossos segredos, lembranças e sentimentos. Por vezes, ornamentadas, em outras, mal acabadas. As caixas nos permitem preservar e fabricar memórias.
Na oficina de Carlos Pollock de Souza Costa, caixas de madeira surgem sem pressa. Ele as observa por dias. As escuta. Compõe, adorna e organiza elementos em seu interior. A primeira caixa se tratava de uma velha caixa de bacalhau que ganhou. Algumas das outras foram feitas a partir de um baú de madeira. Carlos viu nelas um bom espaço para criar e, passou a preencher as caixas vazias.
A história de Carlos Pollock com a madeira começou quando jovem. Foi a descoberta de um ofício e um prazer. Ele trabalhou com a carpintaria naval, no tempo que viveu em um veleiro na Bahia. Mais tarde, com a carpintaria civil, construindo casas nos Estados Unidos. Explorar as possibilidades desse material foi um caminho percorrido naturalmente e, nessa trajetória encontrou a felicidade de ver as próprias mãos construindo coisas grandiosas.
Essa sala apresenta não um móvel ou aparatos para um barco construídos por ele, mas uma série de caixas, grandes, com conteúdo indiscriminado. Suas caixas nos convidam a investigar cada detalhe. Os olhos, a varrer cada elemento, até os vazios. Porque mesmo uma caixa aparentemente vazia, é cheia de possibilidades.
As caixas de Carlos Pollock contêm histórias ou enigmas? Fique a vontade para desvendar seus conteúdos.
Curadoria: Fernando Fernandes
Produção: Emanuel Gama
Sinalização: Leonardo Assis
Texto: Tayná Pádua
Fotos: Leonardo Assis
Abertura: 19 de julho de 2019
Encerramento: 18 de agosto de 2019
Sala Dona Geralda
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