Como pode um teatro de bonecos, mudo, sobreviver por tão longo tempo fazendo tanto sucesso em uma cidade do interior como Paraty? Não existe uma só resposta para esta pergunta, neste caso, mais de uma se impõe.
O Teatro Espaço, pequena, sim, pequena casa de espetáculos abre suas portas toda semana para apresentação de suas peças teatrais há mais de 30 anos. O segredo ou as razões desta existência vêm dos seus belíssimos trabalhos encenados ao longo deste tempo.
A diversidade dos temas abordados explica uma das causas de seu sucesso, como “Maturando” (1987); Rodin, Rodin (1993); Em Concerto (1994); “Descaminhos” (2001) e “Flutuações (2011), estas somadas a espetáculos como “Pas de Deux” e “Memórias de um tigre de circo”. Para melhor confirmar o sucesso de Teatro Espaço como Centro Cultural/Teatral de excelência em Paraty é sabido que o espetáculo “Em Concerto” totalizou 100.000 espectadores naquela casa até o ano de 2010.
Falar deste Teatro é homenagear os criadores do Grupo Contadores de Estórias, nas pessoas de Rachel e Marcos Ribas. A trajetória de trabalho e sucesso de ambos se mesclam e se fundem à existência vitoriosa do Teatro Espaço, físico, enquanto sala de exibições, de apenas 80 lugares.
Atividades de resgate cultural tais como o a exposição “Modo de Fazer” do artesanato local; Sítio Histórico-Ecológico Caminho do Ouro, além do projeto de teatro infantil e intercâmbios internacionais de cultura pautaram suas atividades.
Foi miragem ou audácia instalar aqui um teatro para apresentar a arte e a criatividade do Grupo Contadores de Estórias? Foram ambas as alternativas, sem sombra de dúvida. Em Paraty, abrigado do tumulto das metrópoles, a dedicação à criação seria em tempo integral. Por outro lado, após viajar pelo mundo levando seus espetáculos, o grupo preferiu trazer o mundo até aqui. Afinal, Paraty atrai um sem número de visitantes nacionais e estrangeiros o ano todo na incessante busca de conhecer seu aspecto cultural.
É interessante notar que, apesar de tão vasto número de espetáculos, o coração deste teatro bate quieto, respira calmo e sem alarde, sem o brilho das “luzes da Brodway ou “da ribalta. Na maioria de seus espetáculos, tendo como estrelas seus bonecos mudos, mas repletos de emoções e eloqüência, ele, o Teatro Espaço demonstra que a “voz do silêncio” transmite suas mensagens com mais sucesso que o vozerio desvairado.
Texto: Diuner Mello
Curadora: Patrícia Gibrail
Abertura: 18 de dezembro de 2015
Encerramento: 18 de fevereiro de 2016
Sala Dona Geralda
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